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Microcefalia: respondendo as dúvidas das leitoras

Olá meninas, nosso post recente sobre as orientações do Ministério da Saúde às gestantes teve grande repercussão e muitas leitoras nos enviaram dúvidas, já que este é um tema que está deixando muitas gestantes (e tentantes) apreensivas. Por isso, entramos em contato com médicos especialistas para responderem a todas as questões levantadas pelas nossas seguidoras. Vejam a seguir:

1. “Se eu for infectada pelo Zika vírus, o que devo fazer?”

De acordo com o neurocirurgião do Hospital Santa Catarina, de São Paulo (SP), e professor titular da Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo, Sérgio Cavalheiro, infelizmente não há nada que possa ser feito, pois ainda não há um tratamento, uma vacina contra o vírus. “Vírus não tem remédio. Se a gestante for infectada, em qualquer estágio da gravidez, o vírus também já terá infectado o bebê”, afirma o médico.

2. “Os riscos dessa infecção são maiores no primeiro trimestre da gestação?”

Para Cavalheiro, que também é ex-presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica (SBNPed), quanto mais precoce a gestação, mais grave será a consequência da infecção no feto. “Sabe-se que se a gestante for infectada no primeiro trimestre da gravidez haverá alterações graves, mas já vimos que também no quarto mês, no quinto mês de gestação, há alterações no feto. Esta é uma epidemia extremamente grave, pois o cérebro do feto é muito destruído pelo vírus (cérebro cheio de calcificações). Não é apenas o crescimento do cérebro que é prejudicado”, explica o médico que ainda é membro do Department Ways and Means da International Surgery for Pediatric Neurosurgery (ISPN).

(Artigo da Folha de S. Paulo, de 28/11/15, também aborda um novo padrão da microcefalia)

3. “O que a gestante não infectada pelo vírus deve fazer?”

No dia 28 de novembro, o  Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. Por isso, enfatiza que as gestantes adotem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

Veja novamente as orientações do Ministério da Saúde às gestantes:
1. As gestantes devem ter a sua gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico.
2. Não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas.
3. Não utilizar medicamentos sem a orientação médica.
4. Evitar contato com pessoas com febre, infecções ou exantemas (erupções cutâneas vermelhas no corpo).
5. Adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água).
6. Proteger-se de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes indicados para gestantes.

(Aqui tem mais orientações: “Como proteger nossos filhos da dengue”)

4. “Qual o repelente indicado para as gestantes?”
De acordo com a médica dermatologista Thaís Ferraz, especialista indicada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), os repelentes para as grávidas são os mesmos recomendados para os adultos. Ela recomenda que o repelente com o princípio ativo Icaridina seja a primeira escolha das gestantes, pois seu tempo de proteção é de aproximadamente 10 horas após cada aplicação (veja aqui a orientação completa da médica).

5. “É melhor evitar a gravidez agora?”

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, não existe no momento uma recomendação oficial para se evitar a gravidez, pois esta é uma decisão pessoal. A orientação para as mulheres que desejam engravidar é que conversem primeiramente com seu médico.

Na opinião do médico Sérgio Cavalheiro, agora não é o período para se planejar uma gravidez, principalmente devido ao crescente aumento de casos de microcefalia. “Não é o melhor momento para engravidar”, ressalta.

De acordo com o último informe epidemiológico sobre microcefalia do Ministério da Saúde, até 28 de novembro foram notificados 1.248 casos suspeitos de microcefalia, identificados em 311 municípios de 14 estados do Brasil: Pernambuco (646 casos), Paraíba (248), Rio Grande do Norte (79), Sergipe (77), Alagoas (59), Bahia (37), Piauí (36), Ceará (25), Rio de Janeiro (13), Tocantins (12) Maranhão (12), Goiás (2), Mato Grosso do Sul (1) e Distrito Federal (1). Nos últimos cinco anos, o número anual de casos de microcefalia no Brasil mostrou-se bem mais baixo do que o atual: 153 casos em 2010, 139 em 2011, 175 em 2012, 167 em 2013 e 147 casos em 2014.

Sobre o Zika vírus
Segundo o Dr. José Luiz Setúbal, diretor do Hospital Infantil Sabará, o vírus causa reações como pouca febre, algumas coceiras e manchinhas vermelhas pelo corpo. Segundo o Portal da Saúde, do Ministério da Saúde, a explicação mais técnica sobre a febre do Zika vírus é a seguinte: “é uma doença viral aguda, transmitida principalmente por mosquitos, tais como Aedes aegypti, caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias”.

Meninas, pessoalmente ficamos muito assustadas com o aumento de casos de microcefalia no Brasil, que já está cinco vezes maior que o registrado no ano passado. Sobre a informação de uma microcefalia nova, com um novo padrão, procuramos uma posição oficial do Ministério da Saúde sobre isto, mas até o mesmo não tivemos uma resposta.

Beijos, da Mamãe Prática Mari e Fabi.

Foto: freeimages.com (foto meramente ilustrativa)

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