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O que não dar para seu filho: os vilões do sistema imunológico

Sistema imunológico: alimentos que prejudicam o sistema imunológico

Olá meninas! Começo este texto fazendo uma confissão: ando pisando na bola em relação à alimentação da minha pequena, a Manu (4 anos). Sim, o tema aqui é a alimentação que prejudica o sistema imunológico das crianças e percebi que ando exagerando ao deixar que minha filha coma guloseimas (e qual criança não ama balas, chocolates e pirulitos)?

Mas eu não sou toda errada (risos), já até contei em vídeo (assista aqui) dicas para as crianças gostarem de comer de tudo, principalmente frutas, legumes e verduras, o que pelo menos tem dado muito certo aqui em casa (viva!).

Mas segundo as médicas Marcela Voris e Jomara de Araujo, ambas nutrólogas da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), existem sim alimentos que prejudicam o sistema imunológico das crianças, e não apenas o açúcar refinado. Atendendo ao pedido do blog Mamãe Prática, elas detalham a seguir cada um desses alimentos que são, na opinião das especialistas, vilões para a imunidade de bebês e crianças pequenas. Vale ler, imprimir, decorar e colocar na geladeira para não esquecer (risos). Veja só:

Alimentos que prejudicam o sistema imunológico por oxidarem as células de defesa:
• Farinhas refinadas
• Cereais processados e açucarados
• Leite de vaca
• Leite de vaca
• Aditivos (conservantes e corantes)
• Açúcar branco
• Refrigerante
• Doces
• Industrializados (bolos e todo tipo de alimento que já venha preparado – em pó, congelado etc.)

Aditivos e industrializados

Todo alimento com corante é um alimento não saudável a partir do momento que ele não é natural. É o caso da gelatina, por exemplo, cujos corantes e conservantes impactam o sistema imunológico. Assim, deve-se afastar da alimentação das crianças alimentos industrializados que contenham aditivos químicos, açúcar, gorduras, farinha branca, corantes, refrigerantes e bebidas alcoólicas, além de alimentos que são mais contaminados com agrotóxicos (como tomate, batata, morango, pimentão e uva), pois todos estes alimentos [quando contaminados por agrotóxicos] sobrecarregam o sistema imunológico, deixando o corpo mais inflamado.
No caso do tomate, da batata, do morando e do pimentão, uma opção é procurar os alimentos orgânicos.

O glúten

Ele é uma proteína presente no trigo e em outros cereais que tem sido muito discutido como um agressor do sistema imune. Por ser uma molécula de difícil digestão, o glúten em excesso leva à inflamação da mucosa intestinal, agindo como um agressor na resposta imune. Pode ser um dos causadores de baixa imunidade ou aparecimento de doenças autoimunes.

A médica Marcela explica que a ação do glúten ao sistema imune ainda está sendo muito discutida, pois não é possível quantificar, quando consumindo em excesso, o tamanho da inflamação na mucosa intestinal. “No caso das crianças, por exemplo, elas ainda estão em formação do seu sistema imune. Com isso, ainda não há uma identificação do sistema imune com os alimentos. O importante é que os cereais não sejam misturados. Em casos de alergia, é indicado que seja consumido de quatro a cinco porções de cereais ao dia”, acrescenta.

Açúcar: o vilão

Dietas ricas em açúcares, principalmente o refinado, interferem na capacidade das células brancas do sangue (defesa) de destruir as bactérias e prejudicam o bom funcionamento do organismo da criança, além de gerarem doenças como a obesidade. Portanto, as crianças não devem consumir açúcar em excesso.

Segundo as recomendações da cartilha “Dez passos para a alimentação saudável – guia alimentar para crianças menores de dois anos”, do Ministério da Saúde, crianças desta faixa etária (até 2 anos) não devem consumir açúcar refinado e alimentos preparados com o mesmo. É neste período que os hábitos alimentares estão sendo formados e, na maioria dos casos, acompanharão seu filho para o resto da vida.

A Organização Mundial de Saúde lançará em breve uma recomendação de ingestão de açúcares para crianças a fim de evitar o ganho de gordura corporal e as cáries dentárias. Tudo indica que a recomendação será de não ultrapassar 10% da energia total de açúcar. Isso significa que uma criança de 2 anos de idade com 13 kg deve consumir 1300 calorias por dia sendo 16g de açúcares. Caso ela ingira 200 ml de achocolatado, que contem 29g de açúcares, irá ultrapassar a recomendação!

Dentro deste valor encontram-se não apenas a sacarose, mas também açúcares naturalmente presentes em frutas, mel e sucos, como a frutose e a glicose. Também inclui aqueles açúcares adicionados aos produtos industrializados e preparações caseiras.

Festas de aniversário

Aniversário de criança, momento em que deveria estar sendo comemorada a vida, transforma-se numa batalha cruel ao sistema imunológico dos pequenos. O papel principal fica a cargo do açúcar nos doces, bolos e refrigerantes, onde há o predomínio da sacarose (açúcar refinado), açúcar demerara (que fica entre o açúcar refinado e o mascavo, ou seja, passa por um refinamento leve), mascavo e o melado ou o mel. Estes alimentos são biocídicos, ou seja, acidificam rapidamente e deprimem o sistema imunológico: anulam as enzimas digestivas causando fermentação e alterando o trabalho dos órgãos.

E o açúcar refinado é o pior de todos (branco, confeiteiro ou cristal), pois seus aditivos de refinamento destroem ainda mais rapidamente as enzimas digestivas, sequestram cálcio, magnésio e ferro do sangue prejudicando a formação dos dedos, ossos, dentes e provocam também anemia. Cada glóbulo branco saudável (leucócito) tem o poder de combater 14 bactérias nocivas ao corpo. O consumo de açúcar reduz esta capacidade natural de defesa do corpo.

Portando, todos os alimentos preparados com excesso de açúcar serão fragilizadores e depressores do sistema imunológico (em outras palavras, prejudicam o sistema imunológico). Lembrando os famosos xaropes de mel e agrião que possuem açúcar.

O leite

Quanto ao leite, a recomendação é o leite materno exclusivo até os 6 meses e, após esse período, até os 2 anos de idade (juntamente com o consumo dos alimentos sólidos). É o que preconiza a Sociedade Brasileira de Pediatria. Na necessidade de complemento, optar sempre por fórmula infantil de partida e de seguimento, mas jamais leite de vaca. “Hoje temos fórmulas de seguimento prevista até os 5 anos. E acrescento que têm os prebióticos (leia mais aqui) e os probióticos dos iogurtes (bactérias do bem que agem sobre mediadores da resposta inflamatória no organismo). Por isso, o leite de vaca consta na lista dos alimentos não desejáveis para o estimulo à imunidade. Quando cito leite e derivados para idades de 0 a 5 anos estou a considerar fórmulas infantis”, explica Jomara.

> Leia também “Como escolher o melhor leite para nossos filhos”
O que fazer, então?
A dica é desenvolver o paladar do seu filho evitando, assim, alimentos que prejudicam o sistema imunológico. Três dicas rápidas:

1. Diminua o açúcar
O ideal é que a criança aprenda a desenvolver o paladar e conheça o sabor natural dos alimentos, por isso é importante evitar receitas com muito doce. Procure optar pelas frutas, sucos e frutas secas, pois são ricos em frutose que, ao contrário da sacarose, é açúcar de absorção lenta e consequentemente baixo índice glicêmico, que dificilmente provoca picos glicêmicos e não acidifica o sangue, ao contrário, alcaliniza e beneficia o sistema imunológico.

Entre os açucares refinados (açúcar branco, de confeiteiro e o cristal), prefira o demerara (que é minimamente refinado, mas passa por refinamento), embora também seja recomendável evitá-lo, pois o mais indicado é não usar açúcar, aproveitando o sabor de cada alimento. Também na opinião da médica Jomara, pode-se substituir o açúcar por melado de cana ou pelo mel de caju azedo. “Apenas quando precisar muito dar um acerto na doçura”, informa.

Já na opinião da nutróloga Marcela, o mais indicado é sempre fazer um rodízio de açúcares. “Vale ressaltar que ao usar o demerara ou o açúcar de coco, você estimula que as crianças experimentem novos sabores. Esses são melhores que o industrializado, que é o açúcar branco”, completa. Além disso, de acordo com a médica, crianças obesas podem fazer uso de adoçantes como sucralose e xylitol, por exemplo (converse sempre com seu pediatra antes de oferecê-los às crianças).

2. Não misture tudo
Na hora de preparar alimentos a serem oferecidos para estímulo do sistema imunológico (saiba aqui quais são esses alimentos), é importante também evitar as famosas “vitaminas”, pois quando misturamos tudo não permitimos que a criança desenvolva o sabor.

No caso dos bebês, o ideal é trabalhar o método BLW (baby-led-weaning) em que a criança leva à boca os alimentos apresentados separadamente. As sopas e os caldos seguem o mesmo raciocínio por analogia às vitaminas.

3. Comece a oferecer os integrais
Para as crianças maiores, ou seja, que já se alimentam com o cardápio familiar, prefira cereais integrais, pois estes não passam pelo processo de beneficiamento em que se tiram as vitaminas. O arroz, por exemplo, deve ser oferecido integral e de vários tipos (preto, vermelho, branco e selvagem). Comece essa mudança aos poucos. Uma sugestão (neste caso das autoras do blog) é começar oferecendo o arroz integral misturado ao arroz branco até que a criança acostume com o cereal integral.

Meninas, o que acharam destas informações e orientações das médicas nutrólogas Marcela Voris e Jomara de Araujo sobre os alimentos que prejudicam o sistema imunológico? É difícil diminuir o açúcar no dia a dia? Eu, pessoalmente, não tomo mais café e chá com açúcar desde a gravidez!

Veja também o post que fizemos com as médicas nutrólogas sobre os alimentos que fortalecem o sistema imunológico de bebês e crianças. Imperdível!

Beijos, da Mamãe Prática Mari

Foto: freeimages.com/Valber Cortez

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