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Criança tímida e com dificuldade de fazer amigos: psicóloga ensina o que fazer

criança tímida

Algumas crianças têm mais dificuldade em fazer amigos que outras, e isto é fato. Mas até quando a timidez é normal e quando ela passa a ser um problema? Com qual idade devemos nos preocupar?

Para ajudar as famílias que têm essa preocupação, pedimos para a psicóloga infantil Ana Flávia Fernandes escrever sobre este tema em sua coluna aqui no site. Confira:

Criança tímida e com dificuldade de fazer amigos

Essa é uma preocupação relevante e é muito valioso os pais que observam os filhos, mesmo na correria do dia a dia. Fazer amigos é uma habilidade muito importante para o desenvolvimento das crianças, mas a aceitação da criança por outras de mesma idade é bastante influenciada pelo tipo de relação que ela tem com a sua família, pela relação entre os pais e pelo comportamento da própria criança.

“A aceitação da criança por outras de mesma idade é bastante influenciada pelo tipo de relação que ela tem com a sua família, pela relação entre os pais e pelo comportamento da própria criança”

É na primeira relação com os pais que o bebê vai estabelecendo o senso de confiança básica para desenvolver suas relações futuras. Os pais que conseguem identificar as necessidades e posteriormente os estados emocionais do filho o ajudam a ir reconhecendo as suas próprias sensações, necessidades e limites.

A criança que recebe esse cuidado, que é atendida em suas necessidades primordiais com segurança e recebe limites necessários vai desenvolvendo um sentimento de confiança dentro e fora dela. Assim, ela terá mais condições de compreender e ser empática em relação ao que acontece com ela.

Até os 2 anos, a criança vive a fase do egocentrismo, momento em que direciona sua atenção para explorar os objetos, então, é natural que tenha pouca interação social.

Por volta dos 3 anos, ela começa a imitar as brincadeiras e ter mais interesse em interagir com as pessoas para se sentir pertencente ao grupo. Com aproximadamente 4 anos, ela terá maior capacidade para compreender o dar e receber, o cooperar, emprestar, trocar e compartilhar.

Aquelas crianças que têm uma atitude mais introvertida, tímida ou retraída se preocupam excessivamente com a opinião dos outros e por isso acabam se colocando em uma posição de inferioridade, o que dificulta ainda mais sua capacidade de se relacionar.

A criança que inicia na escola com essa segurança básica sobre suas capacidades e dificuldades estará mais preparada para criar novos vínculos, novas trocas sociais e assumir sua individualidade no grupo. Aos poucos, inicia sua identificação com outras crianças, percebendo semelhanças e diferenças entre elas.

Nesse contexto, consegue praticar sua capacidade de se expressar com os amigos e respeitá-los em sua individualidade também.

Porém, muitas crianças acabam se comportando como os pais, que também não criam laços ou não mantêm amizades, não recebem e nem fazem muita visita e, por isso, acabam se isolando ou fazendo coisas somente em família.

“Muitas crianças acabam se comportando como os pais, que também não criam laços ou não mantêm amizades, não recebem e nem fazem muita visita”

É por meio da socialização, da relação que têm com outras crianças que os pequenos vão se diferenciando, reconhecendo-se e construindo a sua identidade.

Essa habilidade vai sendo construída desde a infância: a base começa com a família, onde acontecem as primeiras trocas sociais, e depois na escola, no parquinho, no clube, na igreja e etc.

O nosso desafio é ajudar na construção desses vínculos, ampliar as possibilidades da criança aprender a criar uma conexão de segurança com outras pessoas. Incentivar encontros com as crianças do prédio, da escola ou do clube são sempre grandes oportunidades.

A conexão acontece mais facilmente quando chamamos os amigos para a nossa casa, lugar de total segurança para a criança. Quando abrimos este espaço, ensinando os pequenos a cuidarem das amizades, geralmente encontramos crianças mais abertas para o novo e para o outro, construindo uma relação, aprendendo a diversidade, o conviver e o respeito.

“A conexão acontece mais facilmente quando chamamos os amigos para a nossa casa, lugar de total segurança para a criança”

psicóloga infantil Ana Flavia FernandesPsicóloga Infantil com especialização em Psicodrama, Ana Flávia Fernandes atende as crianças e suas famílias há muitos anos. “Para cuidar bem dos pequenos, também é preciso cuidar dos adultos a sua volta”, explica. Muito querida e atenciosa, ela também nos brinda com a sua sabedoria e experiência clínica no blog Terapia de Criança.

Beijos, da Mamãe Prática Mari

Foto: freeimages.com/Liz Allen

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A primeira vez na escola: como ajudar seu filho

Já passei com a minha filha Manuela três longas adaptações em escolinhas e no meu caso todas foram difíceis. Por isso, enquanto lia este artigo da nossa colunista, a psicóloga infantil Ana Flávia Fernandes, eu ia relembrando cada fase que passamos juntas, eu e a minha pequena Manu.

Gostei muito da reflexão da Ana Flávia! Com a palavra, a nossa querida colunista:

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Volta às aulas: como fazer a adaptação sem traumas

Fiquei muito feliz quando a diretora da nova escolinha da Manu fez uma reunião com os pais antes do início das aulas. “Aulas”, leia-se aqui, para crianças de 2 anos, que vão completar apenas 3 aninhos este ano (ainda são tão bebês, né?). Então, a minha preocupação inicial é se ela irá conseguir se adaptar à escola, ao convívio com novas professoras e coleguinhas, deixando um pouco a barra da saia da mamãe e do papai depois de quase 2 meses “de férias” com a gente.

Toda mudança traz receios e, por isso, é normal a gente se sentir um pouco perdida e insegura quando colocamos nossos filhos na escola pela primeira vez – seja um bebê de alguns meses ou até uma criança de 4 anos – ou quando eles mudam de instituição.
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